Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Crônica de um Velho Chefe Escoteiro. O caminho a seguir.



Crônica de um Velho Chefe Escoteiro.
O caminho a seguir.

Nota – Crônica escrita para os meus amigos do Grupo Escotismo e Suas Histórias no meu Whatsapp depois de uma ferrenha e gostosa demanda sobre as modificações que passa o Escotismo de Baden-Powell. Fui até presenteado por uma foto no grupo do qual agradeço de coração.  

Eu tenho um espelho no meu banheiro. Tudo bem eu sei que você também tem um. Ótimo. Mas o meu é danado, sempre me cobrando, e dizendo que sou feio. Feio demais. Já não ligo para ele, deixo falar até cansar. Quando saio do banheiro boto a língua de fora e digo sorrindo: Xô! Ele gente fina sorri também e faz o mesmo para mim. Ele tem uma vantagem me serve de consolo para quando me sinto pelas beiradas da vida a reclamar. Se ele tivesse braços me daria um tapinha nas costas e diria: - Vado, a vida é assim mesmo, se tudo fossem estrelas e flores o mundo não seria aqui, seria ao lado de Deus.

Hoje ao entrar para fazer o etc. (todos sabem o que é) ele começou a implicar. – Tomou papudo! Eu disse para você que nem todo mundo pensa da mesma forma. Olhei para ele e pensei onde queria chegar. – Não sabe papudo? Você acha que só seu tempo foi o melhor. Esquece-se dos que estão hoje fazendo escotismo diferente do que você fez. – E dai? Perguntei ao Espelho, espelho meu. – E dai Vado é que te deram um baile no seu Grupo de Whatsapp! – Baile? Que baile? Perguntei. – Não se faça de sonso, até ela a garota do sorriso lindo dançou nos seus pensamentos mostrando que tudo tem de evoluir e mudar!

- Ora, pois, pois... Fiquei calado. Olhei para o Espelho, Espelho meu. Meu? Ainda não dei uma martelada nele porque me acompanha há anos. – Mas saiba que disse o que pensava, não fugi da raia! Ele gargalhou feito um idiota. Fui para a sala e comecei a pensar no dia de ontem. Muitos convencidos que dialogar é melhor que calar e exigir a fila de suas próprias ideias. Verdade? – Voltei ao banheiro e de supetão eu disse: Mas tive muitos seguidores! Ele riu como se fosse uma lagartixa no telhado a procura de inseto qualquer.

Voltei para sala novamente. Será que o Espelho, espelho meu teria razão? Mudar meus sonhos? Mudar meu estilo de vida? Mudar o que fiz por setenta anos só porque um “pisquila” pata tenra e recém-nascido acredita que devemos mudar? Mas e se ele estiver certo? Vai doer aceitar suas ideias que para mim eram estapafúrdias? Pensei, pensei, olhei para o Espelho, espelho meu e disse: - Amigo, é duro levar uma varada de marmelo no lombo, para mim é como se fosse apanhar quando querem mudar meu modo de pensar. Afinal foi uma vida espelho, espelho meu!

Sentei novamente na sala. Tem hora que sinto uma falta incrível de alguém para desabafar. Eu não sou intransigente. Mas quando a discussão fica no ponto X, eu penso: - Vale a pena continuar? Eita vida matuta de mineirada que dizem dá um boi para uma discussão e uma boiada para não sair. Tenho boi para isso? Acho que não. Volto para o Facebook. Alguém diz que vai sair do escotismo. Sair? De novo? Tantos saindo e antes diziam que nunca iriam deixar esse belo movimento?  

É, Espelho, espelho meu, desculpe não sou aquele que diz ser o melhor, mas escotismo para mim é o que meu amigo BP me ensinou e disse quando estava para nascer em Barra do Cuieté Minas naquela quinta feira de sol poente: Vado estou indo para o céu, agora é sua vez de ser escoteiro e seguir o que eu criei para você e todos que quiserem no mundo!

Nota – Eu nasci em Barra do Cuieté MG, às duas da manhã do dia 09 de janeiro de 1941 e BP faleceu no dia 8 de janeiro à tarde em PAXTU que fica há mais de seis mil km de distancia. E dai? Olho para o meu espelho e ele rindo diz: Bestalhão, acredita mesmo nisso?  



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