Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

sábado, 22 de junho de 2013

Quando termina a motivação o que fazer?


Hoje li aqui que um companheiro que não tive a honra de conhecer pessoalmente está saído do movimento Escoteiro. Não deu suas razões. Pode ser que sejam legitimas e devemos aplaudir. Mas temos muitos que nos deixam por sentirem-se desprestigiados. Por não serem valorizados. Tantos os motivos que não vou alongar.
Ao amigo virtual que nos deixa dedico este artigo. A ele desejo tudo de bom que mesmo não participando que a felicidade seja sua companheira sempre.
Meu abraço fraterno.

Crônicas de um Chefe Escoteiro.
Quando termina a motivação o que fazer?

                    É difícil aconselhar. Quem não passou por isto? Tem hora que você desanima. Dá vontade de largar tudo e sair por ai. Outros ainda insistem, mas sabem que o caminho que estão seguindo não leva ao sucesso. Se procurarmos um serviço de autoajuda teremos vários. As belas frases de efeito pululam por todos os lados. Todas com belas palavras, mas que não nos fazem sentir revigorados como antes. O escotismo é interessante. No início tudo são flores, sorrisos, promessas, alguns até deixam as amizades que tinham em troca de novas que conquistaram. Nos primeiros meses, e até nos primeiros anos aqueles mais chegados que não foram catequisados espantam com tanto carisma, com tanta alegria e demonstração de que ele alcançou um novo patamar, uma nova vida. Agora sou feliz ele pensa. Será mesmo?

                  Dizem os poetas que o que mais sofremos no mundo não é a dificuldade, é o desânimo em superá-la. Não é a provação, é o desespero diante do sofrimento. Não seria o fracasso e sim a teimosia de não reconhecer os próprios erros.  Mas o maior poeta já tinha dito que tudo isto são palavras e palavras nada mais são que palavras. Eu já passei por isto. Inúmeras vezes. Os problemas são diversos. Familiar, profissional, falta de ética, de amor, tratamento diferenciado, de sinceridade dos que se dizem irmãos de uniforme e de sangue e tantos sorrindo para você e você querendo chorar. Sabe da vontade de encontrar um buraco e se enfiar nele. Claro tem os mais fortes. Eles não transmitem para ninguém seus desânimos. São fortes. Tem sempre uma explicação para tudo. Mas será que dizem a verdade?

                 Se notarmos bem a matemática Escoteira ela é simples. Trinta e poucas reuniões por ano. Somando as reuniões de sede, acampamentos e excursões que sabe podemos chegar a aproximadamente quinhentas horas anuais. Claro, prevendo quatro atividades (e aí considerei às de vinte horas do dia) e considerando também nove meses de atividade, pois muitos têm férias em julho, dezembro e janeiro. Se estiver certo dedicamos cerca de vinte dias por ano ao escotismo. Claro que tem aqueles mais abnegados com o dobro de horas trabalhadas. Para uns uma eternidade para outros muito pouco. Mas porque então o desanimo? Olhem, existem vários motivos, mas para mim o principal deles é a decepção com o ser humano. Querer abancar o mundo e dizer que o líder é aquele que sabe liderar e ser liderar é fácil. Mas nem todos pensam assim. Tem os déspotas, que com o tempo a gente se sente ameaçado por uma força opressora mesmo vindo de alguém que se diz amigo de todos e irmãos dos demais.

                Nestas horas é que todos nós sentimos falta de um aperto de mão carinhoso sincero. Que falta que faz um abraço, um sorriso uma palavra de carinho principalmente daqueles que convivemos em ambiente que achamos familiar no grupo Escoteiro. Tem aqueles que nos olham como se fossemos parte do todo, indispensáveis em todos os sentidos, mas não é assim a maioria. Estes nos veem como indesejáveis, subservientes, dispensáveis, e se pudesse diriam: - Vocês estão aqui para servir e mais nada! Lembrem-se da promessa! Para ser como eu tem que “ralar”. E então vem aquele desanimo aquela vontade de sumir de mandar todo mundo às favas. Nem sempre fazemos na hora. A promessa que fizemos é um nó que nos atou nos sonhos escoteiros. Insistimos e alguns dão a volta por cima, mas outros, estes não conseguem. Quem sabe está aí um dos motivos da grande perda que temos de adultos que estão nos ajudando como voluntários, mas foram considerados eternos desconhecidos.

                   Não é o programa somente que nos afeta. Não são quem sabe nossa finanças que apertam a cada atividade, a cada taxa cobrada seja em cursos e tem alguns que pagam mensalidades. Pode! Está ali ajudando e paga para ajudar. Não sei e até posso estar enganado, mas se todos que labutam nas lides escoteiras, do mais alto escalão a aquele que está dando tudo de si pudessem mudar tentar um pouco ser mais irmão, não pensar em si próprio e dizer ao seu amigo ou não:

- Que alegria em te ver novamente!
- Aceite um forte aperto de mão sincero!
- Posso te dar um abraço?
- Quero que saiba que você é muito importante para nós, não nos deixe nunca, pois sem você iremos perder muito na expansão do nosso Movimento Escoteiro.

                     E aí quem sabe, seu desânimo seria guardado lá bem no fundo do bornal, pois você passou a acreditar que agora estava vivendo entre irmãos escoteiros. E você iria acreditar que não haveria mais os superiores, não haveria mais aquele sorriso de desdém, não haveria mais a conversa de esquina, a conversa de comadre. Ninguém iria desmerecer seu trabalho. Mas olhe, de vez em quando é bom dar um passo a frente. Faça um pouco a sua parte. Como dizia o nosso fundador e repetido por muitos, a felicidade só é completa quando você também conseguir fazer a felicidade dos outros!

¶Põe tuas mágoas bem no fundo do bornal e sorri, sorri e sorri,
O que importa é vencer o mal, mantem sua alegria,
Não importa você se zangar, pois o mal há de acabar e então!

Põe tuas mágoas bem no fundo do bornal e sorri, sorri e sorri.¶.

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