Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Wander Veloso Pires – Meu compadre Wander.
Poucos
tiveram a honra de conhecê-lo. Muitos que o cumprimentaram nunca mais
esqueceram. Dizem que no Escotismo temos o privilegio de fazer amigos dos bons.
Amigos inesquecíveis que guardamos no coração para sempre. Eu sempre fui um
privilegiado. Hoje tenho milhares deles espalhados pelo mundo e muitos não
terei honra de conhecer e apertar a mão uma pena, mas que é bom isso é. Ter
amigos fazem parte do nosso mundo e saber preservá-los melhor ainda. Tive
amigos lobinhos, amigos escoteiros, amigos chefes, amigos dirigentes e amigos
difícil de descrever por ter por eles um carinho especial.
Conhecer
o Wander, ou melhor, o Chefe Wander, ou melhor, ainda o compadre Wander lá por
voltas de 1960 onde fizemos o CAB Escoteiro e depois o CAA Escoteiro. Um
sujeito fora de série. Fez amizade com todos no primeiro dia apertando a mão,
conversando ouvindo e contando causos com um coração escoteiro enorme para dar
e vender toda sua “performance” escoteira e fraterna como um verdadeiro anfitrião
na capital de Minas Gerais. Wander sempre o primeiro a oferecer sua casa, sua
amizade e seu carinho por todos que o visitavam não importando sua classe
social, espiritual ou mesmo a cor da pele.
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Quando assumi o cargo de Comissário Regional por volta de 1968, Wander logo
ofereceu colaboração. Fora Comissário por muitos anos e tinha muita
experiência. Aliás, Wander se oferecia em tudo para ajudar. Ficamos amigos, amigos
de família. Dona Lucia, sua esposa, ou melhor, Chefe Lucia, ou melhor, Comadre
Lucia, pois Wander e Lucia batizaram meu caçula (hoje com 46 anos) e a amizade
se tornou maior. Quem conheceu a Chefe Lúcia sabe do que estou falando. Uma
senhora uma verdadeira Dama, um sorriso e uma bondade incrível só pecando pela
simplicidade.
Ambos
me ajudavam em tudo. Eu cursos e informativos pelo interior de Minas me levando
pela sua celebre rural Willians aos rincões mais distantes de nosso estado. Um
dia lá pelos idos de 1973 voltando de Pouso Alegre para um curso local, eu ele
Chefe Lucia, Blair e a Célia paramos em um pequeno bar a beira da estrada e ele
nos convidou para ir até próximo a uma lagoa, e ver o mais belo céu de estrelas
já visto no Estado de Minas. Lindo demais. Deitamos na relva e ficamos ali por
horas.
Wander
correu o Brasil e a América do sul em sua Rural. Ficou conhecido de norte a sul
do Brasil. Em sua casa hospedaram grandes personalidades escoteiras do Brasil e
do exterior. Uma das mais belas amizades que tive em minha vida. Wander tinha
um sorriso maravilhoso, uma bondade explicita que chegava a incomodar. Chefe
Lucia era a esposa perfeita. Dama e cavalheiro forjados em um época onde a
formação escoteira tinha a alegria e fraternidade no ar.
Pergunte
ao seu Velho Escoteiro em sua cidade, pergunte pelo Wander e Lucia. Garanto que
em cada grupo vai ter um que os conheceram. Ver o casal uniformizado era de uma
fidalguia sem par. Perfeitos, sem invenções, sem criações ou escolhas que
aquela adotada pelo nosso líder Baden-Powell.
Wander
e Lucia se foram. Devem formar em alguma estrela brilhante uma nova escola de
grandes homens escoteiros do céu. Eu e Celia tivemos a honra de tê-los como
amigo. Honra que muitos como eu também tiveram. A Você Compadre Wander, e a
Você Comadre Lucia meu Sempre Alerta e em sinal de respeito e admiração eu tiro
o meu chapéu!
Nota
– Uma homenagem ao Chefe Wander Veloso Pires e sua Esposa Lucia Veloso Pires,
amigos que nunca mais esqueci e que hoje estão escoteirando no céu do Senhor.
Sou Juliana Novaes, neta do Vander e da Lúcia, obrigada por deixar esse texto para que todos nós pudéssemos ler! Tem muito carinho nessas palavras! Espero que os 3 estejam juntos!
ResponderExcluir"Não é mais que um até logo..."