Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um tesouro que se evaporou



Um tesouro que se evaporou

Esta historia aconteceu há muito tempo. Se não me engano foi em 1971. Um Conselho Regional (hoje Assembleia) em uma cidade no interior de Minas famosa por suas igrejas, ruas com calçadas rusticas, casas de mil e setecentos, uma linda cidade. O Grupo Escoteiro de lá foi nosso anfitrião. Fui lá algumas vezes para juntos fazermos o programa, pois as inscrições até então demonstravam que iriamos ter mais de trezentos participantes. Eles conseguiram em um mosteiro próximo, alojamentos e inclusive refeições por um preço módico que foi coberto pela prefeitura local.
Naquela época os Conselhos eram sempre cheios de atrativos. Tínhamos sempre aos sábados uma noite dançante (após o encerramento dos trabalhos) e se tornou uma tradição o grande jogo que sempre realizávamos no sábado à tarde. Desta vez deixamos para o "Chefe" de grupo de lá, a responsabilidade, pois ele me garantiu que tinha um bem bolado na “ponta do nariz”. Era conforme ele disse um Grande Jogo tipo caça ao Tesouro. Além da busca teríamos oportunidade de conhecer a cidade nos vários aspectos turísticos, pois o tempo reservado para isto não existia em nosso programa.
Separamos por Patrulha de seis o que deu mais de quarenta patrulhas. Cada uma foi informada por uma “Carta Prego” como seria o grande jogo. Uma pista na própria Carta levaria a pista numero dois e assim por diante até a última (a sétima). Todas as pistas foram colocadas em igrejas e museus e olhe, não era fácil interpretar o que deram como pista principalmente não conhecendo a cidade e seus monumentos históricos. Claro que foi liberado a consulta com moradores e por duas horas várias patrulhas conseguiram chegar na quinta. Na sexta somente quatro.
E onde estava a pista sete? No local determinado nada. Procura daqui e dali e foi chamado o "Chefe" de grupo que viu a sua responsabilidade de pessoa séria cair por terra. Deixou esta pista com um pai de lobinho e correu a casa dele. Descobriu que tinha ido para sua fazenda que não era tão longe. Quando lá chegou o tal estava bêbado, tão bêbado que não conseguia falar e com todas as pistas que deveria ter deixado lá no bolso. Mas ele não tinha escrito onde estava o tesouro. Não escreveu nada. O jogo foi encerrado. Uma desilusão dos afoitos que conseguiram ir até a sexta pista. E o tesouro? Existiria? O que seria?
Fiquei sabendo alguns meses depois que em um domingo de Ramos, a igreja cheia, o bispo que celebrava a missa resolveu usar a “ambula ou cibório” maior devido ao grande numero de fieis que iriam comungar. Nem olhou, pois deduzia que ela teria hóstias suficientes para todos. Na hora, quando ele abriu a tampa e enfiou a mão para pegar a primeira, viu que lá tinha muitos saquinhos bem acondicionados. Depois da missa abriu os saquinhos e viu que cada um tinha pedras preciosas sem muito valor (naquela época, hoje valem muito) e ficou encucado.
O "Chefe” do Grupo informado a respeito procurou o pai que tinha esquecido onde deixou o “tesouro” e agora lembrava. Dentro da “Ambula ou Cibório” da principal igreja da cidade. Pena que não houve final no grande jogo. Seria um presente e tanto para a Patrulha vencedora. Mas acho que valeu. O jogo não teve final, mas teve história. Mimeografei e mandei a todos os participantes para que conhecessem o final do jogo do Tesouro Misterioso que não houve.

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