Uma linda historia escoteira

Uma linda historia escoteira
Era uma vez...

terça-feira, 12 de junho de 2012

As canções que eu cantei para mim.



As canções que eu cantei para mim.

Hoje estava tomando um banho frio. Frio? Risos. Gosto muito são os meus preferidos. E não é que em dado momento comecei a cantar? Gente! Quanto tempo não cantava. Já fui um bom cantor de chuveiro hoje não mais. A voz é péssima, sai rouca e quem houve assusta. Sempre parando para respirar, pois o ar some. Motivo pela qual evito cantar as mais lindas canções escoteiras que amo e gosto muito. Até minha gaita saudosa dos acampamentos onde a beira da fogueira tocava musicas gostosas, eu abandonei. Meu violão que tocava mal e muito mal doei para um menino que disse não poder comprar um. Não dá mais. A música no chuveiro saiu normalmente. Não era grande coisa, mas me lembrei de quando compomo-la em um barzinho perdido por aí, com mais oito participantes. Um sábado, após a última atividade Escoteira no Conselho Regional em uma cidade do interior e nada melhor que um bate papo gostoso com amigos escoteiros. Três jovens Akelás, Celia e outros escotistas todos novos. De "Velho" ali só eu com 27 anos. Um Chefe estava triste, pois seu noivado acabou. Mesmo todos sendo solidários e consolando nada ajudava e ele resolveu se embebedar bebendo guaranás Antártica aos montões (risos). Sabíamos que era por poucos dias. Logo estariam de volta e tudo voltaria ao normal novamente (hoje ele e ela estão casados, três filhos já homens feitos).
Brinquei dizendo que ia fazer uma canção para ele. Todos riram. Na época era metido a compositor. Sem me considerar o bom e me colocar em um patamar que não mereço, fiz diversas canções escoteiras no passado. Ainda tenho as letras de algumas, mas as músicas só na cabeça, pois nada entendo de partituras e notas. Com um guardanapo escrevi com ajuda de todos a canção do Chefe Escoteiro apaixonado, vamos à letra (a musica está na cabeça):

O Chefe Escoteiro apaixonado.

Preciso encontrar uma Akelá para mim,
Me sinto tão só, reze por mim! (repeteco)

Vejo na distância, montes e vales,
Excursões e acampamentos, não curam meus males,
Me sinto tão só, Baden Powell me ajude!

Cantamos por muito tempo, rindo e bebendo guaranás (se falar nos chopinhos e dois uisquezinhos que tomei vão dizer coisas aqui) e vimos uma das jovens chefes chorando. Também tinha perdido seu amor. E agora? Claro, fazer uma canção para ela. De novo um guardanapo e saiu em menos de meia hora a canção:

A Akelá apaixonada:

- Procuro um rapaz bem solteiro,
Bonito que me faça feliz.
Deve ser um Chefe Escoteiro,
E que tenha uma flor de lis.

Deve, ser, alguém, que entenda o meu desespero,
O Grande Uivo é minha luta, pois quero amar,
Alguém de calças curtas!

Risos. Foi uma noite memorável. Um mês depois todos estavam de volta com seus amores, mas as canções foram cantadas em muitos e muitos fogos de conselho e barzinhos por este mundão afora.
Nunca mais os vi e nem sei onde andam. Um eu sei que casou como disse e a Akelá não tive mais notícia. Bem uma historinha real meio sem graça, mas fazer o que? Lembranças são lembranças e vou mesmo cantar todas no meu chuveiro! Quem sabe alguns deles estão aqui lendo e após lerem vão lembrar-se daquela noite gostosa, quente, vendo as águas tranquilas da lagoa de Furnas iluminada por uma lua rechonchuda, em uma cidade do interior, comendo moqueca de peixe, pedaços lindos e deliciosos de cascudo frito, lá no fim do mundo onde chefes escoteiros uniformizados alegres, sentimentais, cantaram e riram de suas histórias e de suas canções? Ah! Lembranças! Como é belo lembrar! 

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