Uma linda historia escoteira

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Era uma vez...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A CORTE DE HONRA



A CORTE DE HONRA

- No mínimo, você quer que eu aprove e aceite normalmente o fato. Posso até compreender, mas isto não significa que dou o aval e assino em baixo - falou o "Velho" Escoteiro.

     - Não seria bem assim - falei -  a razão e a necessidade falam mais alto. Se o jovem mostra-se sem condições e está totalmente fora da realidade Escoteira, inclusive desafiando os monitores e dando mau exemplo, nada mais lógico do que aceitar às ponderações da Corte de Honra em excluí-lo do Grupo Escoteiro.

     Estávamos comentando o fato de um Grupo amigo, onde a Tropa Escoteira passava pôr algumas dificuldades,  a Corte de Honra tinha tomado à decisão de excluir um Escoteiro, que pelo seu passado tinha alcançado a Segunda Classe e fora até certo período um modelo para os demais. Ninguém sabe o porquê, começou a desafiar o seu Monitor, desmerecendo os demais na Patrulha e agindo na escola e em casa de uma maneira totalmente fora do que se espera de um Escoteiro.

     - Veja bem - falou o “Velho" Escoteiro  - Existe todo um histórico para ser analisado. Posso até dizer que a Corte de Honra tem também essa finalidade, mas nunca como ato julgado e decidido. O  Chefe da Tropa errou em aceitar esta decisão, sem primeiro tentar ver o que estava acontecendo. Você me diz que ele visitou os pais, conversou com a sua professora e não achou um motivo lógico para esta mudança tão radical. Mas entre nós, o motivo existe. Difícil aqui dizer qual e veja, ele o jovem tem um passado. A palavra “excluir” não é meio forte para ele? Quem sabe uma licença de alguns meses e se ele se interessasse poderia voltar?

Se ele o jovem não estivesse mais participando, até que uma atitude de exclusão poderia ser tomada. Mas não. Ele está indo as reuniões e isso deve ter um significado. -  Não podemos confundir a confiança que depositamos nos membros da Corte de Honra em decisões que influem diretamente na formação de um jovem. Isto pode ser um começo para um  futuro incerto, que em vez de ajudar pode até prejudicar uma vida. E estou vendo que seus pais participam pouco das decisões sobre seu filho. Para que tiveram que ir ao grupo quando da entrada e agora não?

     - É claro que a Corte de Honra tem toda a autonomia para tomar decisões. Mas o Escotista responsável é quem dá a última palavra. Deve esclarecer e preparar seus membros dentro de padrões toleráveis em uma Corte. Não é ali, na hora da decisão que isto deve ser feito. No entanto o bom senso indica que os temas a serem apresentados, não podem alterar a ordem da pauta previamente preparada pelo Presidente da Corte, ou seja, o Monitor mais antigo ou em caso de empate, pôr eleição. O Chefe deve estar a par do que vai ser discutido para evitar decisões que impliquem no seu veto.

     - A Corte é autônoma para tomar decisões que impliquem nos destinos da tropa, mas não pode decidir quando o assunto envolve os destinos de um jovem. Nosso programa é um só e isto deve ser esclarecido. Antes de tomar qualquer decisão é necessário informar se existem Normas ou Regulamentos que possam ser infligidos. Muitas vezes às decisões são difíceis, mas devem ser tomadas. O que cabia a Corte de Honra era mostrar ao Chefe os fatos, e a insatisfação de todos.

     -  Competia ao Chefe tomar esta decisão junto ao Chefe do Grupo e este de comum acordo com Conselho de Chefes dariam o parecer final.  - A Corte de Honra é o reflexo do Adestramento dos monitores. Se ele é bom, ela funciona bem e vice versa. Na  tropa tem três órgãos que devem funcionar em sintonia: - A Patrulha, o Conselho dos Monitores (algumas tropas não tem) e a Corte de Honra. Muitas vezes a Patrulha resolve e não existe a necessidade de levar o assunto ao órgão superior, no caso o Conselho de Monitores ou a Corte de Honra.

     - Na reunião de Patrulha, todos os jovens participam, discutem, se adestram, mostram suas necessidades, e tudo isto deve ficar anotado em Ata pelo Escriba em livro próprio. Ali assuntos que dizem respeito a toda a tropa, são levados pelos monitores ao Conselho deles, que decidem se o assunto vai ou não ser tratado na Corte de Honra. Claro que no Conselho de Monitores, o Chefe é o Monitor dos demais e quando este conselho está reunido, tem como mais de 80% de sua finalidade o adestramento. Pode-se, no entanto orientar  numa situação crítica.

    - O intuito da Corte é de dar aos jovens um exemplo como funciona um regime democrático. Ele tem que aprender que temos direitos e deveres e em toda democracia existem salvaguardas para isso.  Desde o Conselho de Patrulha  até o mais alto escalão deve ser este o nosso objetivo. Todos devem compreender e saber que também o Grupo Escoteiro possui seus órgãos onde são expostos todo o tipo de problema, e as soluções se baseia nas Normas e Regulamentos do Escotismo.

     Meu horário com o "Velho" Escoteiro já estava avançado. Mesmo assim resolvi interpelá-lo, pois a visão da Corte estava um pouco distorcida com o que ele dizia. - Muitas vezes temos que aceitar a palavra e às decisões dos monitores, - falei - Mesmo que ela vá de encontro a nossa maneira de interpretação. Participei de varias Cortes e em nenhuma delas foram tomadas decisões que pudessem implicar em erros que um dia pudessem prejudicar à própria tropa.

     - Claro - falou o "Velho" Escoteiro. Você conhece os jovens tanto como eu. Na maioria dos casos eles nunca são radicais como nós. - E vou  ser sincero com você, como o horário está avançado eu estou com sono, assim dou pôr encerrada mais esta sessão da Corte, que Infelizmente não será lida e aprovada pôr todos, porque não existe aqui um bom escriba.

     O "Velho" Escoteiro  me mandou embora educadamente. Ele estava certo. Até a Vovó já havia se recolhido. Haveria outras noites outras conversas, outros “papos”. Algumas teriam que aguentar as agruras de sua velhice, mas em outras tenho certeza, meu conhecimento do Escotismo seria enriquecido, pois aquele "Velho" Escoteiro tinha tudo para me orientar no que eu devo ou não fazer nas minhas andanças escoteiras. 

Um comentário:

  1. Meu filho e escoteiro a mais de 9 anos no 8:GEOP aqui em ouro preto,e faz parte da corte de honra,porem o chefe dos escoteiros do grupo por livre vontade resolveu expulsa o meu filho por o mesmo ter faltado a uma atividade.minha pergunta e a seguinte:tem o chefe do grupo está autonomia?isto e considerado uma falta grave?cada o direito de defesa?e mais cade a corte de honra.Acho isto um absurdo,uma pessoa para ocupar um cargo de chefia ter que ter o perfil de líder e não de ditador,vivemos num país democrático com direitos e mais o dito chefe trabalha nesta área,será que ele não saiba disso!e por estás coisas que conhecemos as pessoas no nosso conviver.fica aqui o meu argumento,e vou lutar pelos direito do meu filho.

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